Como escolher a melhor oficina de manutenção

Escolher a oficina certa não é só comparar preço: é avaliar certificações, engenharia, documentação, ferramental, disponibilidade de peças e governança de qualidade. A decisão certa reduz TAT, aumenta confiabilidade e preserva o valor do ativo.

O que realmente importa

Oficinas maduras combinam conformidade regulatória, capacidade técnica e execução previsível. Procure evidências práticas — não apenas discurso — de controle de qualidade, engenharia presente no dia a dia e comunicação transparente do planejamento de manutenção.

Critérios essenciais

1) Certificações & escopo. Verifique certificação da organização de manutenção (ex.: RBAC 145/ANAC) e se o Capability List cobre seu modelo e sistemas (motores, hélice, aviônicos, trem, compósitos, etc.).

2) Engenharia & documentação. Confirme que a oficina executa estritamente AMM/IPC/TSN/CSN e boletins aplicáveis; peça amostras de job cards, registros, torque maps e rastreabilidade de peças.

3) Ferramental & calibração. Ferramentas especiais, fixtures, test benches e instrumentos com calibração vigente. Sem isso, o risco de retrabalho e TAT imprevisível cresce.

4) Estoque & cadeia de suprimentos. Política de peças críticas, fornecedores homologados, prazos de reposição e alternativas para obsolescência. Pergunte como tratam no-go de lead time longo.

5) TAT, SLA & comunicação. Linha do tempo clara (check-in → inspeção → orçamento → execução → liberação), marcos de aprovação e relatórios de status. Transparência de desvios é um bom sinal.

6) Qualidade & auditorias. Evidências de auditorias internas/externas, findings e planos de ação. Sistemas de não conformidade (NC), tratativas e lições aprendidas.

7) Segurança operacional. Cultura de segurança, housekeeping, travas de segurança/flags, controle de FOD e briefings de riscos. O chão da oficina fala muito.

Como comparar propostas

Peça que os orçamentos venham padronizados por work package, com separação de mão de obra, peças, serviços de terceiros, taxas e prazos. Exija condições para findings adicionais (cenários A/B/C) e a política de used vs. new quando o fabricante permitir.

• Escopo fechado: tudo que está no AMM/boletins planejados.
• Escopo condicional: itens dependentes de inspeção (borescope, NDT, tolerâncias).
• Exclusões: o que não está incluído (p. ex., reparo estrutural não previsto).
• Garantias: prazos para serviço e peças; critérios de elegibilidade.

Sinais de alerta (red flags)

• Promessas vagas de prazo sem cronograma detalhado ou marcos de aprovação.
• Resistência a apresentar registros de qualidade, certificados de calibração ou capability list.
• Orçamento “fechado” mas sem discriminar mão de obra/peças/terceiros.
• Ambiente desorganizado, excesso de FOD, ausência de tool control.
• Comunicação reativa — oficina só responde quando cobrada.

Checklist rápido

• Certificação válida e escopo compatível com seu modelo/sistemas.
• Engenharia atuante + registros e rastreabilidade completos.
• Ferramental especial disponível e instrumentos calibrados.
• Estoque/fornecedores homologados e planos para peças críticas.
• Cronograma com marcos, plano de comunicação e SLAs.
• Auditorias, gestão de NC e cultura de segurança visível.

Conteúdo informativo. Decisões devem seguir regulamentos aplicáveis (ex.: RBAC) e publicações do fabricante para o seu tipo de aeronave.

ABA Manutenção de Aeronaves

Engenharia de manutenção centrada em segurança, disponibilidade e valor do ativo. Conteúdo técnico feito por quem executa no hangar e na operação.